segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Filmes de novembro, 2015



Assisti hoje por recomendação do Mário, e gostei muito (é muito bom mesmo) Emoticon smile, mas eu não achei que o Ex-Machina é parecido... De fato, tem a parte dos andróides e a questão da entrevista; o que me parece é que o Ex-Machina explora a entrevista, a questão das emoções e do gênero à máxima potência.
No caso de Blade Runner, o debate é sobre o tempo que temos e o que fazemos com ele (há outras questões, mas o diretor me parece querer pensar melhor sobre isso). Já em Ex-Machina, vemos o debate depois que Blade Runner termina, quando Deckard e Rachel fogem: só se pode salvar um andróide mulher quando esta se apaixona pelo homem? Ou seja, para se salvar, é preciso dizer "eu te amo"?

Acho que, se desenvolvida, a questão abre um debate interessante a respeito dos estudos de gênero, corpo e ética!!!


O nível do filme explicado em uma cena: O cara está surfando na água de uma valeta, persegue um carro, pula dentro do carro e assume a direção. Mas é legal, tem muita ironia divertida.

Pra quem não acredita: 


Uma doidera... A cena final, inesquecível.

É tão chato... Emoticon squint a única "graça" é que é uma homenagem à vários filmes do Hitchcock, mas sério... Argento, eu amava você tanto... Mentira, ainda amo... mas...s-t-a-p


Acabei de assistir, e achei tão legal, mas tão legal... Principalmente porque é uma adaptação de um romance de um autor conhecido por ter livros bem intrincados, que é o Thomas Pynchon, então... O diretor está de parabéns. Para quem tem um senso de humor distorcido e gosta de filmes de investigação policial bem difíceis, é uma ótima pedida. Recomendo muito!

domingo, 8 de novembro de 2015

Filmes de outubro, 2015



Vi ontem por indicação de André... E eu não escrevi antes porque ainda estou pensando no filme (de fato, o melhor que um filme pode te dar é "food for thought" ou seja, coisas para refletir).

Eu achei um filme denso, apesar de parecer despretencioso. Principalmente porque lida com aquela grande questão que não quer calar: "Quem sou eu?" E, do alto da varanda, JP simplesmente reflete que... (vou traduzir pra vocês porque é muito doido mesmo)...

"Eu estou preso nessa... prisão ridícula, auto-imposta, da caracterização, entende? Começou quando eu era jovem, como a questão da galinha e do ovo. Eu não sei o que veio primeiro... Ou eles diziam que eu era emocional e intenso e complicado... Ou eu... Ou eu era mesmo complicado e intenso e eles respondiam à isso. E então, quando eles respondiam, eu respondia ao que eles diziam. E é... Eu usava isso de alguma forma. E eu sinto vergonha disso. [...] Eu não quero mais fazer o personagem do Joaquin, eu quero ser quem eu sou, seja lá o que isso for. [...] E talvez seja uma estupidez querer ser representado, [...] Pense sobre isso: você é um fantoche nas mãos de alguém que diz onde você deve pisar, como você deve falar... Isso não é criatividade".

E é assim, com essa simplicidade, que Joaquin (JP) começa seu documentário/mocumentário sobre o período (falso ou não) em que ele quis deixar de ser ator para ser rapper.

E o filme progride ladeira abaixo, nos chamando atenção para questões de identidade, por exemplo: Quem faz rap? Você poderia fazer rap e ser aceito por isso? Que comunidade é essa, quem é o cantor de rap? / Outras questões sobre hollywood: um mundo problemático, duro e vazio. Ou mesmo, simplesmente: Se você quisesse, agora, do nada, mudar de profissão e seguir seus sonhos, você conseguiria? Será que nós conseguiríamos nos sustentar apenas fazendo o que gostaríamos mesmo de fazer, sendo nós mesmos?
Olha... não pensei que o filme fosse ser tão profundo, ainda penso nele... E, o melhor: ele me ajudou a finalmente entender Persona, do Bergman, e é um excelente material de estudo sobre autoficção (até onde eu humildemente entendo, q n é muito)...

É que... Engraçado, eu não sei se de fato existe uma conexão, mas Persona é sobre uma atriz que, no meio de uma encenação, congela e não fala mais. É enviada para um repouso com uma enfermeira... E... Agora que vi esse filme do Joaquin deu pra entender o que se passa com a atriz do Persona: Ela não quer interpretar nem ela mesma.

Estou aqui ainda mastigando o feno na boca... XD

Pois é... essa parte é ... bom, tem várias né? Achei que as letras das músicas não eram ruins e tal, mas a galera tinha um preconceito com ele, n é qq um q pode ir aí fazer um rap, né?

Agora, sobre ser tudo verdade ou mentira acho que nem eles mesmos vão saber. E essa é uma das grandes graças do filme. Valeu a indicação André!


Não é o melhor trabalho de Allen, é apenas "legalzinho"... Mas é interessante observar a construção documentária de um personagem que não existe, na realidade. Nisso o filme é legal.


Não é um filme tão ruim quando pensei que seria, e continuo com a impressão que já vi alguns trechos (ou pelo menos propagandas) na sessão da tarde... E até que é um filme com algum humor, um filme charmoso... E graças a Deus, algo que eu amo: O protagonista é inteligente.


Descendo pro play 2015. - É uma opinião pessoal.
Gente, eu pensei sobre o que escrever, pensei até em escrever algo mais extenso e tal... Mas vamos e convenhamos: Seria um desgaste. O que eu tenho pra dizer sobre o filme é: Se você gosta de dramas familiares ou se quer algo pra relaxar (um filme brasileiro sem aquela carga de sexualidade e xingamentos) vá ver.
Mas acho que é um pouco demais falar sobre diferenças sociais explorando questões sobre o direito de tomar HÄAGEN-DAZS (que eu mesma nunca tomei) e de entrar na piscina do seu patrão se ele não estiver olhando - ou eu devo ser muito apequenada na minha condição de serviçal na roda viva capitalista que não consigo entender essa questão de espaço.
Pra mim a filha é ridícula, o filme é muito demorado (se perde em detalhes minuciosos do dia-a-dia que poderiam ser sublimados), retarda o clímax (o pedido de demissão) - ao ponto de que, ao final, eu já nem mais me importava com o que aconteceria com aqueles personagens.
Outra coisa: Fazer um filme financiado ou viabilizado pela globo filmes e querer falar de emancipação do pobre é demais. O filme é mais bem acabado, mas continua com a máxima do mote do humor populacho Global, que coloca o sotaque e o modo de falar dos nordestinos ou de pobres como coisas engraçadas.
Desculpa, mas estou aprendendo que ética deve andar lado a lado com a estética. O filme é comercial demais pra ser sério. De ruim, ainda, é a ideia da meritocracia: se estudar passa, se não estudar não passa (sabemos que isso não funciona sempre desse jeito). Fica de bom o amadurecimento de mãe e filha e a clara emancipação pessoal do pobre como algo simples e natural, que não tem nada a ver com as barreiras sociais que lhe são impostas: Ele sabe muito bem o que está acontecendo e o que fazer para não ficar preso nas armadilhas da sociedade controladora e mesquinha.
As coisas afetam a gente de jeitos diferentes, cada um vai perceber o filme de uma forma e tal, não tem jeito: temos histórias diferentes. Mas o legal é a gente poder falar sobre o que pensou e ver outros pontos de vista. :)